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Karate Shotokan



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Origem do Shotokan


Gichin Funakoshi

Acredita-se que as artes marciais ancestrais ao Karate Shotokan tenham chegado a Okinawa há muito tempo atrás (não existe nenhum tipo de registro escrito a esse respeito). Em meados do século XIV, teve início em Okinawa um forte comércio com suas ilhas vizinhas. Assume-se que este contato com diversas pessoas de fora da ilha permitiu a entrade de diversos estilos de luta em Okinawa. Então, aproximadamente 500 anos atrás, por volta de 1470, um decreto foi estabelecido na ilha, proibindo a todos os habitantes de portarem armas. Em 1609, todas as armas encontradas na ilha foram confiscadas pelos japoneses, quando esses tomaram o controle de Okinawa. A arte marcial conhecida como Okinawa-te - ou Ryukyu-te, que englobava outras como tomar-te, naha-te e shuri-te, provenientes de várias cidades de Okinawa - que não necessitava de nenhum tipo de arma, ganhou popularidade graças a esses decretos. No entanto, a arte só podia ser praticada secretamente.

Cerca de duzentos anos atrás, um homem chamado Sakugawa, de Akata, viajou para a China. Quando retornou, Sakugawa era um mestre de karate (significando "mãos chinesas").Além disso, 150 anos atrás, Ku Shanku, da China, viajou para Okinawa para ensinar alguns de seus estudantes. Outros okinawanos também foram instruídos por vários militares chineses. Dois destes okinawanos, Matsumura e Gusukuwa, foram os homens que ensinaram os mestres Azato e Itosu, que seriam os professores de Guichin Funakoshi.

Guichin Funakoshi iniciou seus estudos com Azato e Itosu em 1879. Em 1906, ele realizou a primeira demonstração pública de Karate de Okinawa. Em 1912, o Karate começou a ser ensinado para a Marinha Imperial Japonesa. Em 1914, Funakoshi realizava demonstrações por toda Okinawa, e em 1917, Funakoshi foi convidado a apresentar a arte no Japão, no Butokuden, em Kyoto.

Funakoshi continuou a viajar pelo Japão realizando exibições, mas o fato mais marcante aconteceu em 1922. O Ministério da Educação convidou Funakoshi a participar de uma demonstração de artes marciais tradicionais, na Women\"s Higher Normal School, em Tókio. Após a demonstração, Funakoshi conheceu Jigoro Kano, o fundador do Judo. Kano pediu a Funakoshi para permanecer mais tempo no Japão e lhe ensinar algumas técnicas básicas. Muito honrado, Funakoshi aceitou o convite.

Meses mais tarde, quando se preparava para retornar à Okinawa, Funakoshi foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi. Kosugi também queria que Funakoshi ensinasse a ele e aos membros e seu grupo de artistas. Então, mais uma vez Funakoshi adiou seu retorno e iniciou os primeiros treinamentos organizados de Karate no Japão, no Tabata Popular Club. Nesse período, Funakoshi decidiu permanecer no Japão e dedicar o resto de sua vida à divulgar o Karate para todo o Japão.

No Japão, Funakoshi escreveu o primeiro livro de Karate, entitulado "Ryukyu Kempo: Karate". O livro teve seu design produzido por Hoan Kosugi, a quem credita-se também a criação do tigre símbolo do Shotokan. Quatro anos mais tarde, o livro foi relançado com o título "Renten Goshin Karate-jitsu". Seu próximo livro, lançado em 1935, foi "Karate-do Kyohan". Funakoshi continuou a ensinar e apresentar demonstrações. Em 1928, ele foi convidado a realizar uma exibição para a família real japonesa, dentro do palácio real.

A popularidade do Karate continuou a crescer. Muitos clubes de Karate foram criados nos colégios e universidades por todo o Japão. Durante este período, Funakoshi mantinha um dojo em Meisei Juku. No entanto, com o tempo e principalmente com o terremoto de 1923, a necessidade de um novo local de treinos foi crescendo. Foi oferecido à Funakoshi um espaço no salão de treinos de kendo de Hiromichi Nakayama. Os alunos de Funakoshi porém, e muitos outros karatecas em todo o Japão, não descansaram e ajudaram na construção de um dojo totalmente dedicado ao ensino do Karate ensinado por Funakoshi. Assim, em 1936, surgiu o Shoto-kan, literalmente, Escola de Shoto. Shoto era o nome com que Funakshi assinava os seus poemas e quer dizer literalmente "ondas de pinheiro".